Doença de Alzheimer: do teste à transfusão de sangue para reverter o quadro degenerativo

Sao Paulo (Brasil), 26 de setembro de 2014. Cada vez mais verificamos que a doença de Alzheimer está estampada em quase todos os meios de comunicação, ora como a vilã da longevidade, ora como investimento de recursos para busca de sua cura, ora como tratamento e cuidados e ora como maldição. Apesar de altíssimos investimentos e de vários medicamentos novos em desenvolvimento, ainda não existe cura para esta doença, somente medicamentos que combatem os sintomas e melhoram a qualidade de vida.

A doença de Alzheimer, que causa a degeneração dos neurônios, e cujo principal sintoma é a perda da memória, principalmente a recente, atinge 40% da população brasileira acima de 80 anos, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ). Afeta cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de altíssimos investimentos e de vários medicamentos novos em desenvolvimento, ainda não existe cura para esta doença. Tampouco existe tratamento preventivo, nem curativo, nem que modifique o quadro da doença, somente medicamentos que combatem os sintomas e melhoram a qualidade de vida.

A doença de Alzheimer é conhecida pela perda da memória e do raciocínio, e é causada por uma deterioração progressiva das células cerebrais, que acabam por morrer. Normalmente a doença se manifesta em pessoas com mais de 60-65 anos de idade, embora ela possa surgir precocemente, entre os 30 e os 60 anos.

Uma das últimas notícias sobre a doença trazia a questão da hereditariedade, pois uma das últimas pesquisas concluiu que de 1 a 5 % dos doentes de Alzheimer no mundo a herdam dos seus pais, de acordo com o pesquisador Francisco Javier Lopera Restrepo, do Grupo de Neurociencias de Antioquia, Colômbia. A grande maioria dos casos de doença de Alzheimer não são hereditários.

99% das pessoas com Alzheimer no mundo tem una genética complexa, pois estão presentes fatores genéticos para desenvolver a doença, há a susceptibilidade à mesma, mas a pessoa pode ou não desenvolver a doença.

O Alzheimer hereditário é mais conhecido como Alzheimer familiar, pois é causado por mutações em determinados genes e é transmitido de pais para filhos. Assim, os filhos de pais com a doença de Alzheimer tem 50% de probabilidade de herdar o gene modificado e, consequentemente, vir a sofrer da mesma doença com menos de 55 anos.

Teste preditivo

Um teste genético pode confirmar se a pessoa, mesmo sem sintomas, tem ou não a mutação causadora da doença naquela família. Pesquisas relatam que é quase certo que pessoas desenvolvam a doença caso se confirme a existência da mutação.

O problema de se fazer ou não o teste preditivo para saber se tem risco aumentado de desenvolver uma doença ainda sem tratamento é a angústia que pode causar uma vez que não há cura. Além do mais, o resultado do teste pode dar origem a atitudes discriminatórias, começando pelas próprias companhias seguradoras, empresas, etc.

No Canadá, onde grande parte de seus idosos estão desenvolvendo a doença de Alzheimer num ritmo acelerado, pesquisas recentes constatam que 3% da população apresenta demência senil. Por isso, a cidade de Otawa está em plena campanha de medidas preventivas para fortalecer a memória e outras faculdades mentais de sua população por meio de exercício físico. Afinal, experiências com camundongos mostram que aqueles submetidos a exercícios melhoram a memória. Do contrário, o governo terá que desembolsar nos próximos 30 anos mais de 830 mil milhões de dólares.

Reversão do quadro degenerativo

Doença de Alzheimer revertida pela primeira vez”, foi o título de uma matéria publicada na imprensa nacional recentemente. De acordo com a notícia, “uma equipe de pesquisadores canadenses, da Universidade de Toronto, liderada por Andres Lozano, usou uma técnica de estimulação cerebral profunda, diretamente no cérebro de seis pacientes, conseguindo travar a doença e reverter o quadro degenerativo pela primeira vez”. Tal descoberta pode levar a novos caminhos para tratamentos de Alzheimer.

Mas muita calma, pois a técnica ainda não é conclusiva e necessita de mais investigação, e claro, maior investimento, como declararam os cientistas às imprensa internacional. Um novo teste envolvendo 50 pessoas está começando.

Transfusões de “sangue jovem” para pessoas com Alzheimer

A última notícia a respeito da doença descreve que a partir de outubro, pessoas com doença de Alzheimer vão receber sangue de pessoas mais jovens na esperança de que isso reverta alguns dos danos causados pela doença. Os primeiros testes com humanos serão realizados no hospital da escola de medicina de Stanford que decidiu fazer transfusões de “sangue jovem” para pessoas com a doença de Alzheimer

De acordo com a matéria, “apesar de esta ser a premissa básica de todas as histórias de vampiro, foi muito fácil conseguir aprovação para este projeto — afinal, nós já fazemos transfusões de sangue uns para os outros há décadas, mas nunca paramos para observar atentamente os efeitos secundários que isso poderia causar nos organismos”.

As experiências feitas em ratos demonstraram que as funções cerebrais aumentam imediatamente após a transfusão. “Outras vantagens encontradas no processo foi um aumento das taxas de recuperação, cicatrização e renovação do tecido muscular, bem como uma desaceleração dos efeitos de envelhecimento nos órgãos. O oposto aconteceu quando ratos jovens receberam o sangue de animais em idade avançada”, assinala a matéria.

O pesquisador Wyss-Coray, em declaração à revista New Scientist, disse: “No fim das contas, o sangue deve conter mesmo a fonte da juventude… e a resposta estava dentro de nós; esta é a coisa mais estranha. Nosso sangue simplesmente perde poder quando envelhecemos”.

Essas matérias com foco na cura do Alzheimer só mostram a corrida da ciência e tudo que isso implica, como alto investimento, contra a enfermidade que mais “atrapalha” a longevidade humana, ao ponto de se começar a refletir o sentido de uma vida prolongada sem mais significado. Enquanto há tanto investimento para a cura dessa doença, outras tantas lutam, muitas vezes em vão, para conseguir recursos para a cura da dengue e ebola, por exemplo, que continuam matando milhares de pessoas.

Fuente: Portal do Envelhecimento

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