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Brasilia (Brasil), 16 de Decembro, 2013. O Brasil tem, hoje em dia, aproximadamente, 15 milhões de idosos (pessoas com 65 anos ou mais). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 4,5 milhões de aposentados não saíram do mercado de trabalho e continuam na ativa. Tudo indica que esse número vai aumentar. As projeções do instituto para 2020 é de 20 milhões e, em 2060, deve quadruplicar, chegando na casa dos 60 milhões de pessoas. Não à toa, já que a expectativa de vida aumentou ao longo dos últimos anos de acordo com os avanços da medicina e a mudança da relação das pessoas com a questão da saúde. Atualmente, a média de vida do brasileiro é de 73 anos e, de acordo com o IBGE, as pessoas que hoje estão ingressando no mercado de trabalho viverão em torno de 80 anos.

Mesmo com a expectativa de vida maior, como anda hoje o mercado de trabalho para os idosos? Respondendo a esta pergunta, a professora Sandra Rabello, coordenadora de projetos de extensão da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), diz que as oportunidades de trabalhos para os mais velhos estão cada vez mais amplas. Ela explica que isso se deve ao crescimento do país e, principalmente, à realização de grandes eventos, o que, segundo Sandra, não demonstra ser uma mudança de paradigma do mercado, ou diminuição do preconceito propriamente dito.

“Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro, surgiram novas oportunidades para aposentados aumentarem sua renda em atividades como serviços gerais e contínuos. Ou seja, as oportunidades ainda estão ligadas às áreas operacionais. Já as áreas de formação superior ainda encontram dificuldades”, ressalta Sandra, que também é presidente do Conselho Estadual de Direitos e Defesa da Pessoa Idosa.

A professora, que coordena o Curso de Capacitação Profissional para a Terceira Idade da Unati, destaca que, conforme pesquisas levantadas pela instituição, os idosos são também convocados para trabalhar em imobiliárias e consultórios médicos e dentários. “Ainda não sabemos  por que esses segmentos do mercado absorvem os idosos. Acreditamos que seja porque esses cargos, por serem menos dinâmicos, despertem o interesse dos contratantes”, ressalta a coordenadora.

Ainda segundo levantamentos realizados pela Unati com os idosos que participam do curso, o preconceito tem sido o maior inimigo no acesso às oportunidades de emprego no mercado de trabalho. “Ainda existe muito preconceito em função de estigmas que são atribuídos ao envelhecimento, como perda da capacidade funcional e cognitiva. Este desconhecimento da sociedade sobre o envelhecimento tem impedido maior acesso de idosos ao mercado de trabalho”, alerta a professora.

Fuente: Associção Brasileira de Gerontologia

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